Depois de termos analisado todas as outras músicas de Paramore AQUI e AQUI, chegamos, deste modo, ao top 3 das minhas músicas preferidas. Como já terão calculado, pertencem todas à parte B do álbum. Esta é, de facto, a parte que tenho ouvido mais vezes. Mas passemos ao que interessa...
Part II
"Fighting on my own
In a war that's already been won
I'll be lost until you come and find me here
Oh glory..."
Esta faixa está quase fadada para ter sucesso entre os fãs por ser uma sequela de Let the Flames Begin. Uma música que sempre foi muito especial, tanto para os fãs como para a própria banda. Não sou uma exceção, embora a faixa do segundo álbum dos Paramore tenha demorado algum tempo a entranhar-se. E mesmo agora continuo a tentar decifrá-la. Talvez Part II ajude nessa tarefa. Quando isso acontecer, provavelmente dedicarei uma entrada de Música Ao Calhas a esse assunto.
Como podem ver, fiz um AMV do Pokémon para a música. Já tinha feito um para Let The Flames Begin, fazia todo o sentido fazer um para a sua sequela. É uma das melhores maneiras de imortalizar uma música.
Part II parece-se imenso com a sua prequela, embora com algumas diferenças. A sonoridade é parecida, mas Part II tem uma batida mais forte e elementos eletrónicos. Destaco as sequências instrumentais após o primeiro refrão e, sobretudo, após o segundo. É um dos pontos fortes em relação a Let the Flames Begin. E o refrão de Part II tem mais poder.
Tal como a sua prequela, Part II reflete sobre os defeitos da Humanidade e do Mundo em que vivemos. De certa forma, procura algo superior a toda a podridão, um sentido, esperança. Tal como a sua prequela, por vezes soa como um lamento, por vezes ganha um tom combativo, quase revolucionário, por vezes soa como uma oração. Este efeito é reforçado pela última estância - que já havia sido cantada ao vivo, em concertos no verão de 2012, na conclusão de Monster - e pelo final misterioso e, pelo menos pela parte que me toca, inesperado.
Ain't it Fun
"What are you gonna do when the world don't orbit around you?"
Considero esta irónica faixa a melhor do álbum - não que seja a minha preferida - e, por algumas críticas que tenho lido, não sou a única. Também é uma das favoritas por parte dos próprios Paramore. É capaz de ser uma das músicas mais representativas da evolução da banda em termos de sonoridade. Embora mantenha uma base pop rock, nas palavras dos músicos, tem elementos mais funk e groove - o que quer que isso seja. Destaque para o coro de gospel, que parece saído de um contexto musical completamente diferente, mas que se encaixa surpreendentemente bem. Tem um ritmo dançante, assemelhando-se a Smile de Avril Lavigne - em particular no refrão - e gosto imenso da interpretação da Hayley. Em suma, em termos de sonoridade, Ain't It Fun é extremamente cativante. Só tenho pensa de não terem repetido os versos "Ain't it good to be on your own? Ain't it fun you can't count on no one?" - a minha parte preferida da música - a seguir aos últimos refrões, antes do regresso do coro.
A letra da música é também excelente. A Hayley descreveu-a como uma carta a si mesma, um "pontapé no traseiro" de que precisou quando começou a viver longe da família. Admito que também precisarei - ou melhor, preciso - desse pontapé, eu que ainda vivo com os meus pais. Eu e muito boa gente da minha geração, sobretudo cá em Portugal, que abandonamos a casa parental cada vez mais tarde. Que farei eu quando o mundo deixar de girar à minha volta? Não sei, mas convém ir pensando nisso.
Tenho quase a certeza que esta música tornar-se-á um single deste álbum e acho que se dará bem comercialmente. Não por ser um êxito pré-fabricado, de consumo rápido, mas porque é uma música de qualidade elevada, com potencial de agradar a muita gente e, sobretudo, fazer sentido para muita gente.
Last Hope
"It's not that I don't feel the pain
It's just I'm not afraid of hurting anymore..."
Chegamos à minha música preferida. Foi amor à primeira audição, mesmo quando só tínhamos um excerto de minuto e meio. Já a referi de passagem numa entrada do meu outro blogue, sobre a Seleção (AQUI).
Last Hope começa apenas com a voz da Hayley - que aqui surge como nunca a tinha ouvido antes: pura, natural, quase inocente - e uma guitarra elétrica. Após o primeiro refrão, juntam-se órgãos, baixo e bateria. Gosto também das notas de piano e da bateria em crescendo na terceira parte da música, culminando num final a várias vozes, quase em júbilo. Esta sim, esta é uma balada verdadeiramente arrebatadora.
A letra vai na linha de outras faixas do álbum: fala de desilusão perante a realidade, perante sonhos por realizar, mas também em aprender a lidar com as contrariedades, em encontrar força interior, baseando-se em pequenas coisas e seguir em frente. Porque, muitas vezes, as supostamente pequenas alegrias, as pequenas faíscas, são aquilo que tornam a vida um pouco menos insuportável.
Há uma frase numa das últimas entradas do blogue da Hayley. Traduz-se assim: "Nos momentos em que sentes a mudança acontecendo e sentes o teu coração, mente, corpo e alma resistindo com toda a tua força, experimenta não resistir por um momento. Deixa-te levar, até!". Acho que o verso "Gotta let it happen", várias vezes repetido ao longo da música, se refere a isso. Além do mais, a imagem da faísca vem, de certa forma, em linha com a conclusão de Part II, o título anterior na tracklist.
Devo dizer que estou completamente apaixonada pela música. Arrebata-me de tal forma, faz-me sentir tanta coisa dentro de mim, que só consigo libertar cantando-a em altos berros. Ando a fazer figas para que se torne um single. Acho que tem potencial para isso. No entanto, é mais provável Ain't It Fun ser escolhido primeiro.
Já falámos de todas as músicas mas falta apenas uma parte, para as considerações gerais. Mantenham-se ligados.
Já falámos de todas as músicas mas falta apenas uma parte, para as considerações gerais. Mantenham-se ligados.
Sem comentários:
Enviar um comentário