sábado, 1 de fevereiro de 2014

Within Temptation - Hydra (2014) #2



Segunda parte da crítica a Hydra. Primeira parte aqui.

4) Paradise (What About Us?)


"The wheel embodies all where we are going..."

Paradise (What About Us?) foi o primeiro single de Hydra a ser lançado, em setembro de 2013. As minhas opiniões sobre a música, sobre os seus pontos fortes e fracos, não mudaram desde essa altura. O refrão continua a não me convencer, arrasta-se demasiado, soa demasiado forçado. Por sua vez, a voz de Tarja encanta-me cada vez mais.

5) Edge of the World



"The truth can't bear the sunlight"

Edge of the World é a grande balada de Hydra. Começa muito suave, com batidas leves que me recordam a versão original de In the Air Tonight. Depressa se juntam os vocais de Sharon, conferindo um tom etéreo e angelical à faixa - à semelhança do que acontece com muitas músicas marcantes da banda. Para além dos violinos, do piano, notam-se elementos eletrónicos muito discretos. A partir do primeiro refrão, juntam-se guitarras elétricas e bateria e o habitual coro no segundo refrão. O ponto alto da música é a terceira parte, com os violinos, a que se juntam, de novo, a guitarra, a bateria e, no fim, o coro. Pontos, também, para a conclusão da música.

Em termos de letra, Edge of the World é uma canção de desgosto amoroso à maneira dos Within Temptation - noto, até, alguns ecos de Angels. No entanto, é pela sonoridade que Edge of the World se destaca. Um dos meus desejos para Hyda era que a banda regressasse às baladas etéreas, estilo Somewhere. O desejo cumpriu-se com Edge of the World.

6) Silver Moonlight



"Screaming at the walls of fire
But I'm still running free"

Silver Moonlight é outra música que já tinha sido lançada na forma de demo em setembro último. Já na altura havia elegido Silver Moonlight como a minha faixa preferida do EP. A versão final da música confirmou-a como a minha preferida, não só das que foram lançadas no EP, mas também, talvez, do álbum inteiro.

Tal como na versão demo, Silver Moonlight começa muito suavemente, dando a entender uma música completamente diferente do que é realmente. No contexto do álbum, vai um pouco na sequência de Edge of the World. Tal como acontece nas faixas que ouvimos primeiramente como demo, os vocais surgem mais claros. Depressa a música explode para um ritmo rápido, pesado, com os impressionantes vocais de Sharon (reparem naquele crescendo a meio do refrão), os grunhidos de Robert (aqui suavizados, mas sem deixarem de cumprir o seu papel). O destaque vai, claramente, para a sequência que se segue à terceira estância, em que o ritmo abranda ligeiramente, ouvem-se os coros, o grunhido de Robert e, seguidamente, o solo de guitarra - a música vai soar espetacular ao vivo. A letra fala de recusa teimosa em ceder ao medo. Combinada com o carácter grandioso, épico, da música, faz de Silver Moonlight a perfeita banda sonora para um confronto com a própria Hidra de Lerna, que inspirou o nome deste magnífico álbum.

7) Covered By Roses


"When this dance is over
We all know all beauty will die"

Ao contrário de alumas músicas de Hydra, é na letra que Covered By Roses tem o seu ponto forte. A sonoridade não se destaca do típico estilo dos Within Temptation. A letra, no entanto, torna-se surpreendentemente interessante. Fala sobre o carácter passageiro da vida, da beleza, do amor, destacando a necessidade de viver cada momento. A faixa inclui o excerto de um poema, "Ode on Melancholy", de John Keats, que considera inevitável a felicidade e a dor caminharem de mãos dadas.

Tanto a letra de Covered By Roses como o poema acima referido me recordam Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa - que, curiosamente, tem um poema intitulado "Coroai-me de Rosas". Esta personagem criada por Pessoa caracteriza-se por aceitar que tudo tem um fim, "memento mori", e, daí, defender também o Carpe Diem.

Nas primeiras audições, Covered By Roses parecia-me pouco mais do que um filler. No entanto, bastou olhar melhor para a letra para perceber que existem mais camadas em Covered By Roses, à semelhança do que acontece em várias músicas dos Within Temptation. Sabe sempre bem ouvir música assim.

2 comentários:

  1. Olá.
    Gostei de muito de ler a opinião sobre o Hydra. Realmente a minha música preferida do album é a Silver Moonlight porque me faz lembrar os grandes bons velhos tempos de Within Temptation. Não sei bem que opinar sobre este cd. A Silver moonlight não parece estar ali bem enquadrada... a maior parte das músicas fogem tanto ao metal que me habituaram, são quase pop. Confesso que estou um pouco desiludida, só a Silver moonlight me enche mais o espirito.

    Muito obrigado por esta review, é bom poder ler opiniões sobre bandas de metal.. há tão pouca gente a ouvir este tipo de música. Continua com o bom trabalho! Já sigo o blog!*

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. obrigada pelos elogios todos e por estares a seguir o meu blogue. devo só esclarecer que eu não oiço muitas bandas de metal, só mesmo os Within Temptation e os Linkin Park - se é que estes ainda podem ser considerados metal. eu oiço sobretudo rock, nas várias variantes.

      quanto a este CD, eu gostei, não é tão repetitivo como outros trababalhos da banda e todas as músicas têm pontos fortes. falo melhor sobre isso quando publicar a última parte da crítica, amanhã.

      Eliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...