quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Músicas Ao Calhas: New Divide

Nas minhas entradas mais recentes - tirando a última - tenho falado de músicas da minha playlist de cenas de ação. Continuando nessa linha, falo hoje de outro grande título dessa lista: New Divide. Esta é faixa é também uma das minhas favoritas dos Linkin Park. Só não é a favorita porque várias músicas do CD Living Things andam a desafiar esse estatuto.



"Like a startling sign that fate had finally found me"

New Divide foi criada para tema do segundo filme dos Transformers, Retaliação, na sequência da utilização de What I've Done no primeiro. A série contra, para já, três filmes mas só vi o primeiro - curiosamente, a primeira visualização, no cinema, deu-se precisamente na altura em que começava a familiarizar-me com o trabalho musical dos Linkin Park - e até gostei, sobretudo pelo humor, apesar de não ter sido propriamente um filme marcante. Nunca vi nem o segundo nem o terceiro e não tenciono fazê-lo - as críticas que tenho lido arrasam completamente os filmes e não quero estragar o primeiro. Na verdade, o melhor de Transformers é mesmo a banda sonora.


Conforme já mencionei acima, What I've Done foi o tema do primeiro filme. E apesar de a letra falar de arrependimento, expiação e redenção, sendo portanto aplicável, não só ao filme como também a muitas outras situações, em termos musicais, é uma faixa rock vulgar, com pouco do carácter experimentalista, híbrido, que define os Linkin Park.


New Divide tem claros ecos de What I've Done mas deduzo que tal seja propositado; talvez a ideia fosse precisamente, de certa forma, criar uma sequela para o tema do primeiro filme. No entanto, New Divide é bastante superior à sua "prequela": mais interessante, mais "híbrida", conforme procurarei explicar de seguida.



A letra de New Divide não é muito específica. Dá uma ideia de perigo, de tensão, como se estivesse a ocorrer uma catástrofe, mais especificamente uma tempestade. Condiz bem com filmes de ação de todos os tipos, em particular daqueles cheios de explosões, como os dos Transformers. Ajuda a entrar no espírito, a definir um ambiente de tensão, de combate - daí que seja uma das minhas favoritas para a escrita de cenas de ação.


No entanto, é na parte musical que reside a força de New Divide: uma faixa híbrida, tanto com elementos rock, como guitarras elétricas pesadas e bateria, como elementos eletrónicos. Começando pelo iníco, com o som semelhante a trovões e a sequência que se tornou a identidade da música. Outro dos pontos fortes é a batida, proveniente tanto da já referida bateria de Rob Bourdon como da percussão programada por Joe Hann. A minha parte favorita é a sequência entre o segundo refrão e o terceiro verso. A interpretação de Chester Bennington também está cinco estrelas mas também outra coisa não seria de esperar. A sua voz surge ligeiramente alterada por vezes, em particular nos primeiros versos, mas sem os exageros de The Catalyst ou Until it Breaks. Tudo isto dá um grande poder à música, um caráter muito in-your-face, tornando New Divide numa das melhores músicas dos Linkin Park.




Durante muito tempo, desde a primeira audição de New Divide, tive vontade de montar um vídeo para a música - sobretudo pela batida - mas faltou-me sempre material visual. Os filmes do Pokémon que eu e a minha irmã encontrámos na Internet foram as primeiras imagens adequadas que encontrei. Durante algum tempo, os dois primeiros filmes foram os únicos que encontrámos, por isso é que só usei esses para esta montagem, mas a música adequa-se perfeitamente às partes mais tensas, sobretudo do que toca aquilo que mencionei acima sobre as catástrofes. Se quiserem ler mais sobre estes dois filmes, consultem esta entrada.

Os Linkin Park também contribuíram para a banda sonora do terceiro filme, desta feita com Iridiscent. Esta faixa difere grandemente de What I've Done e New Divide: é uma balada guiada pelo piano, a que se junta a batida, guitarra elétrica e alguns elementos eletrónicos, tudo isto num tom bastante melancólico. No entanto, na minha opinião, a letra ficou demasiado fraca para ficar entre as minhas favoritas. Destaque, contudo, para o refrão cantado em coro e, mais uma vez, a interpretação de Chester.

Contudo, os Linkin Park não foram os únicos a contribuir para a banda sonora deste terceiro filme: os Paramore também o fizeram, com um tema que, mais tarde, figurou nos Singles Club.



"I'm just collecting your victims,
they're getting stronger,
I hear them calling..."

O ponto fraco de Monster é a sua letra vaga. Nota-se que a música transmite muita raiva mas não se percebe ao certo a que se dirige. Já Decode, outro tema deles composto de propósito para uma banda sonora, tem a mesma fraqueza. Conforme estive a comentar com uma fã da banda, no dia em que atuaram no Optimus Alive, talvez eles não tenham assim tanto jeito para bandas sonoras. Há quem especule que a letra, invulgarmente sombria para tema dos Paramore, é sobre a saída dos irmãos Farro da banda - na altura do lançamento de Monster, apenas haviam decorrido pouco mais de seis meses desde o triste episódio - mas, pessoalmente, não vejo grande relação tirando, talvez, o verso "Now that you're gone the world is ours". Tem, na minha opinião, bastantes mais referências aos Transformers, em particular na segunda estância, com vagas referências à urgência de salvar o Mundo, mesmo que a letra, no seu conjunto, deixe bastante a desejar.

Em termos musicais, não há muito a dizer: é a típica faixa dos Paramore. Destaque no entanto para a bateria antes dos refrões.

Apesar de nem todos os fãs terem gostado de Monster, de eu mesma ter ficado um pouco de pé atrás aquando das primeiras audições, existe algo que me atrai na música, não sei ao certo o quê. talvez o facto de a ter incluído na playlist de cenas de ação, talvez por a agrupar junto de New Divide, não sei. Desde que tenho este Álbum, desenvolvi ainda mais o meu sentido crítico, habituei-me a analisar de forma quase inconsciente todas as formas de entretenimento mas, mesmo agora, existem coisas que não consigo explicar.



Talvez um dos fatores seja o videoclipe: um dos meus favoritos dos Paramore antes do lançamento de Now.  Realizado por Shane Drake, filmado num hospital abandonado, reflete bem o facto de ser a banda sonora de um filme de ação. Pontos ainda para a edição, que liga bem com a música - o que não surpreendeu, visto Shane ter feito o mesmo com o videoclipe de Smile, de Avril Lavigne.

Parece que o quarto filme dos Transformers sairá no próximo ano. Não sei se os Linkin Park serão de novo convidados a contribuir para a banda sonora - talvez na altura estejam prestes a lançar um sexto álbum. Talvez os Paramore tornem, igualmente, a participar, com um single lançado da mesma forma que Monster foi, numa espécie de Singles Club. Talvez convidem outra banda qualquer. De qualquer forma, depois de  What I've Done, Monster e, sobretudo, New Divide, estou definitivamente curiosa em relação a um potencial tema de Transformers 4. Existe muito boa gente queixando-se da mediocridade destes filmes - não posso concordar nem contradizer pois só vi o primeiro - mas, pela parte que me toca, se estiverem sempre associados a boa música, podem vir à vontade!

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