Inauguro assim uma nova rubrica para o Álbum. Será em tudo igual às Músicas Ao Calhas, a única diferença é que, nesta rubrica, falarei de músicas recém-lançadas pelos meus cantores e/ou bandas preferidos. E visto que, em princípio, teremos vários lançamentos de discos este ano, cada um precedido de um single, em princípio teremos várias Músicas Não Tão Ao Calhas.
Começarei por falar sobre "Now", lançado ontem, dia 22 de janeiro, o primeiro single do quarto álbum dos Paramore, que será homónimo e lançado oficialmente dia 9 de abril - mas que estará à venda em Portugal no dia 8.
"Bringing my sinking ship back to the shore"
Começarei com os pontos fracos. O maior deles é a repetição. Compreendo que os versos "If there's a future we want it now" e, em particular, "There's a time and a place to die but this ain't it" têm força, têm sonoridade, parecem ter sido escritos de propósito para se fazerem imagens para publicar no Tumblr mas não havia necessidade de estarem constantemente a repeti-los. Dá vontade de dizer: "Já percebemos!" Mas suponho que seja um defeito da rádio atual, parecem assumir que nós, os ouvintes, só conseguimos decorar três versos por música.
Nesse aspeto, Now é bastante radiofónica mas, por outro lado, não o é exatamente. Não é um êxito pré-fabricado, como Diamonds, agradável ao ouvido mas sem grande conteúdo por detrás que imortalize a faixa. O que tem vantagens e desvantagens pois demora-se ainda bastante tempo a entrar na onda da música. O exemplo mais evidente é o início, que soa demasiado estranho.
Tirando o "Don't try to take this from me", Now tem a sonoridade típica à Paramore. Recorda-me vagamente Careful. Este excerto acima, publicado há umas semanas, torna-se interessante pois faz-nos reparar em certos elementos da música, como por exemplo, os coros (serão coros?) após o segundo refrão, o "Now-ow-ow-ow-ow-ow-ow-ow" (um aparte só para dizer que é um bocadinho chato estar sempre a contar os "ow-ow-ow" para citar o verso corretamente...), que se revelaria o verso que serve de pilar à música, e a bateria. Este último instrumento é um dos pontos fortes da música. Nunca altura em que, em quase todas as músicas, se programa um sintetizador para repetir o mesmo padrão de batida do princípio ao fim da música, torna-se extremamente refrescante ouvir uma verdadeira bateria, com baquetas e pratos, que apresenta diferentes sequências ao longo de uma faixa. Destaque também para as guitarras elétricas no refrão.
Passando à frente dos versos repetidos, a letra de Now é forte. Tal como já havia sido dado a entender anteriormente, fala sobre recuperação após uma derrota, recomeço, pegar de novo nas armas e regressar ao campo de batalha. Isto será, com certeza, uma alusão à crise por que a banda passou aquando da saída dos irmãos Farro. Alguns dos versos apenas cantados uma vez chegam a ser mais interessantes do que os que são repetidos até ao infinito. Como, por exemplo, "Feels like I'm waking from the dead and everyone's been waiting on me". Parece descrever a atitude dos fãs e do público em geral, à espera que a banda resolvesse os seus problemas e lançasse o sucessor a Brand New Eyes. De qualquer forma, a mensagem da música parece adequar-se àquilo que os Paramore têm dito sobre o seu quarto álbum - que, durante o processo de gravação, redescobriram-se a si mesmos "como músicos, cantores, como pessoas". Nesse aspeto, a escolha de Now para primeiro single parece vir em linha com isso.
Não sei se Now é representativa do álbum que promove. Em entrevista, os Paramore deram a entender que é mais pesada do que as outras faixas do álbum homónimo. Dizem mesmo que "andam a explorar território novo", que o álbum terá mais pop e dance. Em suma, preparam-se para lançar o seu The Best Damn Thing (lembrem-se: a Avril Lavigne é sempre o meu termo de comparação!), pelo menos no que toca a polémica entre os fãs. Eu própria tenho opiniões contraditórias sobre o assunto, mas prefiro guardá-las para a análise ao álbum, depois de ouvi-lo.
Em suma, apesar de considerar que os Paramore têm músicas melhores do que Now, gosto do seu novo single. Eles arriscaram com este single, provavelmente estão igualmente a arriscar com o álbum Paramore, há que dar-lhes crédito por isso. Para mim, foi um presente de aniversário adiantado (sim, completo 23 anos daqui a menos de quarenta minutos), não apenas pela música em si mas também pelo assunto para uma nova entrada no blogue, pelo escape ao stress da época dos exames, pela expetativa aumentada pelo álbum Paramore. Agora que venha o 8 de abril, que eu quero ouvir mais destes três!
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