quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Músicas Não Tão Ao Calhas - Let Me Go

Já se calculava que Let Me Go, o dueto de Avril Lavigne e Chad Kroeger - vocalista dos Nickelback e, agora, marido da cantora - seriam o terceiro single do seu álbum homónimo. Também se sabia que era possível que este single fosse lançado mais ou menos nesta altura, ainda antes do CD. No entanto, fomos todos apanhados de surpresa quando, quase sem aviso, Let Me Go foi lançada como single na passada segunda-feira.


"And two goodbyes led to this new life"

Composta por Avril, Chad e David Hodges dos Evanescence, Let Me Go é uma balada, conduzida pelo piano, acompanhada por violinos, sempre muito evidentes, bateria e, em certos momentos, uma batida muito discreta, só distinguível com headphones, que me faz lembrar uma pulsação. O tom melancólico, algo gótico, faz lembrar o álbum Under My Skin, músicas como Together. No entanto, as comparações mais gritantes são mesmo baladas dos Nickelback: músicas como Hero e Savin' Me. Let Me Go acaba, até, por ter algumas semelhanças com o cover que a Avril gravou de How You Remind Me. Não que isto constitua surpresa. Conforme já afirmei aqui, era expectável. E, tal como calculei, este lado dos Nickelback é compatível com o estilo da Avril.

A participação de Chad nos vocais e a sua provável influência na composição dão a Let Me Go aquilo que falta a Here's to Never Growing Up e Rock N Roll: o fator novidade. As vozes de Avril e Chad soam bem juntas - no entanto, fiquei um bocadinho desapontada com o facto de o Chad apenas cantar os vocais de apoio (ou backvocals) no refrão. Acho que haveria maior impacto caso ambos tivessem cantado os vocais principais em coro, se a voz do Chad tivesse tido maior destaque, em particular nos "Oh..." após os refrões. O "it's too late" do final da segunda estância ficou demasiado prolongado, devia ter sido cantado da mesma maneira como o primeiro foi. Por outro lado, a Avril fez coisas diferentes com a sua voz. Temos como exemplo os "Don't let me go, don't let me go" no final do último refrão e o arrepiante "Love's never too late" - esse, sim, merecia ser esticado ou, pelo menos, ter sido seguido de um "Oh" que se prolongasse pelo refrão. A parte final da música, o "outro" instrumental, está talvez um pouco longo de mais, mas confere uma aura de mistério à música e os vocais desvanecidos combina com a imagem dos ecos, na letra.


Esta foi a primeira canção em que a Avril e o Chad colaboraam - tanto vocalmente como em termos de composição. Segundo os mesmos, inicialmente Let Me Go era apenas sobre uma separação. Só que, entretanto, apaixonaram-se, ficaram noivos, não faria muito sentido lançarem um feat sobre o término de um relacionamento. Logo, alteraram a música de modo a incluir uma reconciliação. Acabou por ser uma boa ideia, na minha opinião, pois músicas de rompimento são o que não falta na discografia da Avril. A história de Let Me Go fica, assim, mais interessante. Há quem diga que cada um dos cantores fala de relações passadas e depois, na parte final, falam da relação um com o outro. É uma interpretação possível. Eu, no entanto, prefiro interpretar a música como a história de um relacionamento que precisava de uma rotura temporária, para que cada uma das partes resolvesse os seus problemas de modo a poderem começar de novo. De qualquer forma, à parte a história, em termos de qualidade de letra, não se pode falar de uma evolução significativa - o conceito das recordações de que é necessário abdicar já é recorrente, com destaque para a música My Happy Ending.

Estou particularmente curiosa em relação ao videoclipe de Let Me Go. Ando a torcer para que não façam um vídeo estilo Nickelback - geralmente os vídeos deles são protagonizados por atores contratados, a banda limita-se a aparecer interpretando a música. Se fizerem isso com Let Me Go, os fãs atiram-se ao ar, eu incluída. Estamos todos à espera de momentos Chavril. Eu, aliás, imagino um vídeo num cenário semelhante àquele onde se casaram e onde fizeram uma sessão fotográfica para a revista italiana Glamour.


Não fiquei desiludida com este primeiro feat original da Avril mas não posso dizer que este me tenha arrebatado, como aconteceu noutros lançamentos de músicas, quer da Avril quer de outros. Let Me Go é um single mais interessante, mais inovador do que os que o precederam e já ando a cantá-lo por aí mas não faz mais do que isso. Quero ver se o álbum Avril Lavigne terá músicas ainda melhores, por que me apaixone a sério. Posso também estar a ficar demasiado exigente... Em todo o caso, Let Me Go ajuda-nos a ligar com a síndrome de privação de músicas novas, consequente destes adiamentos todos do quinto disco da cantora. Faltam, agora, vinte e seis dias do lançamento oficial e já conhecemos as quatro músicas - venham as restantes!

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